Análise da Greve
No Brasil, sofro racismo desde que eu nasci
Artista diz não sofrer preconceito nos EUA, onde mora, e repudia indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada
Em uma fria tarde paulistana, Seu Jorge, 49, traga um cigarro no terraço de um restaurante do bairro Bela Vista. Ele está tentando parar com o vício. “É uma batalha muito doida, mas agora tô com um projeto bom”, diz.
Pessoa 1
Lá, não mora com as filhas – embora as três também residam na Califórnia com as mães. Mas também não desgruda delas quando as tem por perto. Flor de Maria, 16, a mais velha
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Lá, não mora com as filhas – embora as três também residam na Califórnia com as mães. Mas também não desgruda delas quando as tem por perto. Flor de Maria, 16, a mais velha
Flor disputa com o pai para ver quem conta com mais entusiasmo as epopeias vividas nos States. “Estávamos em um cinema em…”, começa Jorge. “…Portland, Maine”, completa ela com sotaque de americana nativa.
“Fui num cinema extremamente republicano ver o filme do [diretor] Spike Lee [“Infiltrado na Klan (2018)] com minhas três meninas. Nós aplaudíamos o filme, e a galera olhava mal para a gente, cê lembra, Flor?”. “Olhavam esquisito, né?”
“Sim! É que tinha umas piadas e a gente tinha vontade de rir. Mas o filme é muito pancada, muito”, volta o artista, antes de a filha prosseguir: “A galera parece que só foi lá para ver o que o filme estava dizendo”. Seu Jorge encerra: “Parecia patrulha, cara!”
O cantor garante nunca ter sofrido racismo ou xenofobia no exterior. “Já aqui [no Brasil], desde que eu nasci.”